quinta-feira, 2 de junho de 2011

O velho conta sobre nova Atlântida

naquele dia de outono nublado o velho Kleper sentou sobre as pedras da chapada e apontou para o sul. Todos sabiam que era a hora em que ele contava a história da Nova Atlântida, da Atlântida que ele chamava de "a invertida", onde a civilização atrasada era a que ficava embaixo.

E foi ali - ele dizia com uma certa voz que ecoava silente no abismo à sua frente - e foi ali que tudo se sucedeu. E era muita questão junta. Era do povo indio que não queria suas alma alagada com usina, era do povo do sertão que cansava das decisão de mexer e não mexer nos rio, era do povo que vive do verde que se ocupava dos código das floresta, era vida da floresta que ressentia do desapreço dos homem. Era dos remédio que nunca chegava, da educação que minguava, da alma do povo que secava porque ali - e apontou de novo para o sul de onde estávamos todos - ali ficava uma esponja bruta, dessas ávida ressequida que num termina nunca o inspirar do que é dos outro. Ali aquela esponja era espírito de nunca cansar, que sugava tudo ao redor até secar a planta dos pé dos que ali morava. Toda boca secava e sangrava e os pé era que parecia tijolo seco no sol e tudo se dizia que era do tempo e era do vento e era do seco daquele espaço, mas na verdade mesmo era a alma daquela esponja tragano toda vida do redor. Era ganância do povo do centro, do povo de lá, secando tudo, rachando as rochas, os pés, as almas. Nesse mesmo dia de hoje, a dez anos atrás, foi quando se resolveram que iam mesmo desviar as águas. E quem resolveu não foram os do centro, que sugavam e usavam e descartam as águas e flores e alma dos da periferia. Quem resolveu foi a periferia, os pequenos. E foi trabalho silencioso, de mêis, trabalho de surdina, de segredo sagrado. E ficaro cavano por mêis, povo índio, povo velho, povo criança, povo que ensina, povo que cuida, povo que constrói casa e viaduto e creche, todos os povo junto, e coisa de mêis. O rio se desviou e o povo do centro, os que suga a vida dos outros povo, só viram quando era tarde. Foi bem numa quarta, eles votava aumento dos salário. Casa cheia, cês imagina. Veio a onda primeira e levo os carro, as casa os prédio, as mulher deles. Levou tudo. A onda segunda, menor, só passou pra lavar as esperança dos que num morrero na primera. E era um monte de vampiro boiano, e era ali um monte de povo livre. Hoje ali fica a Atlântida Invertida, pode ir lá mergulhar pra vê os prédio. Engenharia mágica das arquitetura do antigamundo. Mas num se ingane com as beleza dos prédio, a alma do povo que lá vivia corrompeu, as veia já nem tinha mais sangue, era tudo areia e centavos. Se duvida vai lá, mergulha, procura, mas a água nem turva é, que de sangue mesmo eles não tinha nenhum.

Receita e conto: Renato Kress

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